Definindo missões em termos de responsabilidade pessoal
02/05/2010 23:00Quero convidá-lo agora a pensar comigo em uma ocasião que será a mais especial em toda a nossa existência. É um momento histórico que a Palavra denomina de o Dia do Senhor. Nesse dia, todos os homens, de todas as épocas e lugares, estarão perante Deus. Nesse dia, diz a Palavra, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que “Jesus Cristo é Senhor” (Fp 2.10,11), e nós estaremos lá.
Faremos parte do agrupamento dos salvos; os redimidos do Senhor; aqueles que tiveram as vestes alvejadas pelo sangue do Cordeiro – a grande multidão dos santos. Estaremos ajoelhados e no meio dos louvores diremos: Jesus é o Senhor! Lágrimas de alegria rolarão de nossa face. Júbilo e gozo farão parte do semblante de cada um de nós. E ouviremos gritos de vitória no meio da grande multidão de remidos.
“Vencemos pelo sangue do Cordeiro!” gritarão alguns.
“Estamos aqui pela graça do Senhor!” falarão outros.
Por mais que tentemos, não conseguiremos aqui narrar toda a emoção daquele momento inigualável. A glória do Senhor será tão intensa que nem anjos, nem querubins, nem trombetas ou seres celestiais conseguirão desviar o nosso olhar de Jesus. E nesse momento ouviremos as tão esperadas palavras dos lábios do Salvador, que encerrarão a nossa jornada de peregrinação:
“Vinde, benditos de meu Pai!”
Chegamos enfim! Chegamos à nossa terra prometida, ao descanso esperado, onde não há mais choro, nem pranto, nem dor, nem desilusão, somente a glória do Senhor encherá nosso coração.
Mas, ao nosso lado, à esquerda do Mestre, haverá uma outra multidão; um número ainda maior de pessoas. Eles também estarão ajoelhados, e também estarão dizendo “Jesus Cristo é o Senhor”, e na face de cada um haverá lágrimas. Contudo não serão lágrimas de alegria nem de júbilo; serão de pranto, dor, amargura e desespero. Essa segunda multidão é a dos perdidos. Para eles, não há mais nenhuma chance, não há mais nenhuma esperança, eles estão condenados à morte eterna e haverá ali “choro e ranger de dentes” (Mt 25.41).
Só por um momento, imagine uma cena comigo. Num determinado instante, nesse grande e terrível Dia do Senhor, você consegue desviar, por um segundo apenas, o seu olhar do Senhor Jesus, e se volta para a imensa multidão de perdidos. Seu olhar se cruza com o de alguém que o está observando. Talvez pudesse ser um vizinho, um amigo chegado, um parente próximo e querido; ou um índio, um africano desconhecido, um asiático sobre o qual você jamais ouvira falar. Seja qual for à pessoa, creio que haveria, naquele olhar melancólico, uma única pergunta dirigida a você:
“Por que você não me falou de Cristo?”
Apesar de essa ser apenas uma suposição, qual seria sua resposta naquele dia?
Apenas seres humanos limitados como nós podem comunicar o evangelho arquitetado por Deus, encarnado por Jesus e admirado pelos anjos.
Extraído do livro: Missões, o desafio continua
Ranaldo Lídorio. Editora Betânia. 2003
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